A cidade de São Paulo vivenciou o dia mais quente do ano até o momento nesta terça-feira, 24, atingindo a máxima de 35,1°C, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O registro foi feito no Mirante de Santana, localizado na zona norte da capital paulista, por volta das 15h, superando o recorde anterior de 34,7°C, que havia sido observado no dia 16 de março. Esse aumento significativo nas temperaturas reflete a intensidade da onda de calor que tem afetado diversas regiões do Brasil, trazendo preocupação com os efeitos prolongados desse calor extremo.
Interior de São Paulo Também Enfrenta Calor Intenso
Enquanto a capital atingiu um pico de calor considerável, cidades do interior paulista experimentaram ainda temperaturas mais extremas. O município de Valparaíso, por exemplo, marcou impressionantes 41°C, evidenciando a gravidade da onda de calor em áreas distantes da capital. Essas condições extremas, comuns em períodos de primavera, são potencializadas pela influência de massas de ar seco e quente, que impedem a formação de nuvens e intensificam o aquecimento durante o dia.
Onda de Calor e Suas Implicações
O aumento súbito nas temperaturas em São Paulo e no interior do Estado tem gerado uma série de impactos, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas, como a capital. Além de um aumento significativo no consumo de energia devido ao uso intensificado de aparelhos de ar-condicionado, a saúde pública também sente os efeitos. O calor excessivo pode causar problemas de saúde, como desidratação, insolação e até mesmo agravar condições respiratórias preexistentes, principalmente entre os mais vulneráveis, como idosos e crianças.
Além disso, os moradores de áreas metropolitanas enfrentam um fenômeno conhecido como “ilhas de calor”, em que as zonas urbanas concentram calor devido à presença de concreto e asfalto, agravando ainda mais a sensação térmica. Nesses ambientes, a falta de áreas verdes e a poluição contribuem para elevar a temperatura local em relação às áreas rurais ou menos urbanizadas.
Previsão de Alívio: Chuvas à Vista
Apesar das temperaturas elevadas, há uma previsão de alívio para os próximos dias, com a chegada de um sistema frontal que deverá trazer chuvas para a região Sudeste do Brasil. Segundo o Inmet, o clima deve começar a mudar já no fim da semana, com precipitações previstas para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A chuva deve ajudar a aliviar o calor e também melhorar a qualidade do ar, que tem se deteriorado com a baixa umidade e o aumento das partículas em suspensão, comuns em tempos de seca.
Para o próximo sábado, 28, a temperatura na capital paulista deve cair significativamente, com previsão de máxima em torno de 24°C. A expectativa é de que o sistema frontal avance, resfriando gradualmente a região e aliviando as condições de calor extremo que marcaram os últimos dias.
Calor e Seca Persistem em Outras Regiões
No entanto, nem todas as áreas do Sudeste sentirão esse alívio. Em partes do interior de São Paulo e outras regiões do Brasil central, o tempo deve continuar quente e seco até pelo menos o final do mês, mantendo as condições desafiadoras para a população e para o setor agrícola, que sofre com a falta de chuvas.
O avanço de sistemas frontais é uma característica comum da primavera, estação em que as temperaturas começam a oscilar mais significativamente devido ao encontro de massas de ar frio e quente. No entanto, o agravamento das condições climáticas, como secas prolongadas e ondas de calor mais intensas, tem sido atribuído por especialistas ao aquecimento global, que intensifica esses eventos climáticos extremos.