Com a previsão de aumento da produção em 2025, o mercado de azeite pode finalmente ver uma queda nos preços, mas desafios climáticos permanecem uma ameaça.
O preço do azeite de oliva tem sido uma preocupação crescente para os consumidores brasileiros e mundiais nos últimos anos. Em meio a uma crise provocada por secas severas e altas temperaturas na Europa, os maiores produtores de azeite – como Portugal e Espanha – tiveram suas colheitas severamente prejudicadas, levando a uma alta histórica nos preços. Portugal, principal exportador de azeite para o Brasil, também sofreu os impactos dessas condições extremas, o que resultou na elevação dos preços nas prateleiras brasileiras.
Em 2023, o preço do azeite atingiu níveis recordes, com a tonelada custando cerca de € 9.000, o valor mais alto já registrado. No entanto, apesar da gravidade da crise, as previsões para 2025 oferecem uma perspectiva mais otimista. Com um aumento significativo na produção esperado para o próximo ano, os analistas acreditam que os preços poderão começar a cair gradualmente.
Portugal: Principal fornecedor do Brasil
Portugal é o maior fornecedor de azeite de oliva para o Brasil, responsável por mais de 50% das importações. O azeite português é altamente apreciado pelos consumidores brasileiros, mas a dependência desse mercado tornou o país particularmente vulnerável às oscilações de preço globais. A queda de produção em 2022 e 2023, provocada por condições climáticas extremas, fez com que os preços subissem de forma acentuada.
Entretanto, espera-se que a produção de azeite na Europa, especialmente em Portugal e Espanha, aumente significativamente em 2025. Estimativas apontam para uma recuperação nas colheitas, com Portugal voltando a produzir volumes mais próximos de sua média histórica, o que poderá aliviar a pressão sobre os preços. No entanto, essa redução não será imediata, uma vez que o mercado ainda está ajustando contratos com base nos preços elevados de 2023.
Expectativas de estabilização de preços para 2025
Com a previsão de um aumento da produção em 2025, os preços do azeite de oliva poderão começar a cair. Especialistas do setor apontam que o aumento previsto de cerca de 30% na produção global, especialmente na Europa, deve permitir uma estabilização do mercado a partir do final de 2024 e uma possível redução de preços no Brasil ao longo de 2025. No entanto, a recuperação total do mercado depende de vários fatores, como a continuidade de condições climáticas favoráveis e a gestão da demanda global.
Além disso, o impacto das mudanças climáticas ainda é uma preocupação constante. A agricultura mediterrânea, fundamental para a produção de azeite, está cada vez mais sujeita a secas, temperaturas extremas e mudanças nas estações, o que pode tornar a produção de azeite mais volátil. Se essas condições adversas persistirem, os preços poderão continuar elevados por mais tempo.
O que esperar no Brasil?
Para os consumidores brasileiros, a queda nos preços do azeite deve ocorrer apenas de forma gradual. Em 2024, os preços ainda devem se manter altos, já que os estoques e contratos foram fechados com base nos preços inflacionados de 2023. Somente com o aumento substancial da produção previsto para 2025 é que os consumidores poderão sentir uma redução mais significativa nos preços.
Com o cenário de recuperação, o Brasil também poderá diversificar seus fornecedores, buscando importações de outros países produtores de azeite, como a Grécia e a Tunísia, que também têm ampliado suas exportações para o mercado global.
Embora a crise tenha levado a um aumento expressivo dos preços do azeite nos últimos dois anos, as perspectivas para 2025 trazem esperança de um alívio no bolso dos consumidores. Contudo, o impacto das mudanças climáticas continuará a ser um fator decisivo para o mercado global de azeite nos próximos anos.