Petrobras não é a petroleira mais rentável de 2024. Historicamente tem sido uma das gigantes do setor de óleo e gás no Brasil e uma referência em pagamento de dividendos, não conseguiu manter-se no topo em termos de rentabilidade de suas ações. Apesar de ter obtido uma valorização positiva ao longo do ano, ela foi superada pela Refinaria de Petróleos Manguinhos (RPMG3), que despontou como a petroleira de melhor desempenho no mercado de ações até setembro.
Valorização das Ações: Petrobras vs. Manguinhos
As ações da Petrobras, tanto as preferenciais (PETR4) quanto as ordinárias (PETR3), apresentaram uma valorização média de 11,6% até setembro de 2024. Embora seja um crescimento sólido, especialmente para uma empresa com o porte da Petrobras, esse desempenho ficou muito abaixo dos resultados obtidos por outras companhias do setor, em especial a Refinaria Manguinhos. A RPMG3 viu suas ações dispararem 40,09% no mesmo período.
A alta significativa da Refinaria Manguinhos pode ser atribuída à sua menor capitalização e à volatilidade, características comuns de empresas menores. Em 2023, por exemplo, a Manguinhos havia registrado um aumento de 24,7%, enquanto a Petrobras apresentou um crescimento muito maior, próximo de 100%.
Este contraste entre as duas empresas evidencia como empresas menores podem oferecer ganhos rápidos em determinados momentos, ainda que com maior risco.
Além disso, o bom desempenho das ações da Manguinhos reflete um cenário favorável para empresas com maior flexibilidade em suas operações e capacidade de se adaptar a flutuações no preço do petróleo e nas condições econômicas. No entanto, é importante destacar que essa volatilidade também representa um risco elevado para investidores que buscam maior segurança em seus investimentos.
Dividendos: O Ponto Forte da Petrobras
Se, por um lado, a Petrobras não liderou em valorização de ações em 2024, por outro, continuou a se destacar no pagamento de dividendos. A estatal brasileira, conhecida por ser uma das maiores pagadoras de dividendos no Brasil, apresentou um dividend yield (rendimento com dividendos) de 17,73% para suas ações preferenciais e 16,14% para as ordinárias.
Esses números colocam a Petrobras no topo do ranking das empresas do setor de óleo e gás em termos de retorno para os acionistas.
Esse desempenho em dividendos é particularmente atraente para investidores que buscam uma fonte estável de rendimentos. Até o segundo trimestre de 2024, a Petrobras já havia distribuído R$ 23 bilhões em dividendos, destacando-se como uma das principais fontes de retornos para seus acionistas.
Mesmo empresas como a PetroRecôncavo (RECV3), que registrou o segundo maior dividend yield do setor com 11,30%, ficam distantes dos rendimentos proporcionados pela Petrobras. Outras companhias do setor, como a Vibra (VBBR3) e a Raízen (RAIZ4), também ficaram para trás, com yields de 7,31% e 5,79%, respectivamente.
Comparação com Outras Petroleiras
A Refinaria Manguinhos pode ter superado a Petrobras em termos de valorização, mas a gigante estatal permanece dominante em outros aspectos. O tamanho e a escala da Petrobras a colocam em uma posição privilegiada, especialmente quando se considera sua capacidade de gerar lucros consistentes e retornos para os acionistas através de dividendos. Além disso, a Petrobras tem a vantagem de ser uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, o que lhe garante uma posição sólida no mercado global.
Outras empresas do setor de óleo e gás, como a PetroRio (PRIO3) e a Raízen, enfrentaram dificuldades em 2024. A PetroRio, por exemplo, viu suas ações caírem 5,91%, enquanto a Raízen registrou uma desvalorização de 22,46%.
Essas quedas refletem os desafios enfrentados por empresas menores e mais focadas em nichos específicos do setor, que muitas vezes são mais vulneráveis a variações nos preços do petróleo e a oscilações econômicas globais.
O Futuro do Setor de Óleo e Gás no Brasil
Apesar das flutuações no desempenho das ações, o setor de óleo e gás no Brasil continua a ser um dos pilares da economia nacional. Empresas como a Petrobras desempenham um papel fundamental não apenas no fornecimento de energia, mas também como motor de crescimento econômico e geradoras de receita para o governo.
Com a transição energética em pauta globalmente, empresas do setor terão que lidar com desafios relacionados à sustentabilidade e à adoção de energias renováveis. No entanto, a demanda por petróleo e gás ainda é alta, e as empresas que conseguirem equilibrar suas operações com as novas exigências ambientais terão uma vantagem competitiva no longo prazo (Melhor Investimento).
Para a Petrobras, o futuro parece promissor, especialmente se continuar a focar em exploração de petróleo em águas profundas e em sua estratégia de maximizar a produção de forma eficiente. A recente decoberta de pretróleo na margem equatorial vai seguramente potenciar novas oportunidades para a Petrobrás. Além disso, o compromisso da empresa em entregar altos dividendos pode manter sua atratividade para investidores que buscam retornos consistentes.
A Petrobras pode não ter sido a petroleira mais rentável de 2024 em termos de valorização de ações, mas sua força em dividendos permanece incontestável. Enquanto isso, empresas menores, como a Refinaria Manguinhos, podem proporcionar ganhos rápidos para investidores dispostos a assumir riscos maiores. Para investidores que preferem segurança e rendimentos constantes, a Petrobras continua sendo uma escolha sólida no setor de óleo e gás brasileiro.